terça-feira, 22 de abril de 2008

consequência


Pisou naquela terra macia e molhada, sua sandália, vermelha, cara e de muito bom gosto, mergulhava em um compasso rápido e desengonçado na terra. Ela não andava porque queria e sim porque fora obrigada, caira diversas vezes no chão e sentira um certo ardor nos joelhos já cansados de depositar todo o peso do corpo sobre eles. Não podia ver, pois seus olhos estavam cobertos por uma venda, mas podia sentir o cheiro de grama humida e do inverno que ainda se mostrava presente.
Durante aquele longo percurso, com pessoas que não sabia, o nome, nem o que queriam, sentiu medo, não era uma garota qualquer, acreditava, pois nunca tinha se sentido ameaçada a tal ponto. Queria saber o que queriam. Afinal, quem seria capaz de machucar uma garota tão doce e amigavel? Certo, talvez não tão amigavel assim, não tinha amigos e nem os desejava, total perda de tempo. Mas, naquela hora desejou, pensou que se talvez não fosse tão arrogante, não seria tão odiada e não estaria ali, seus pensamentos foram rompidos por um grande impurrão que a fez sentar, estava com as mão livres mas teve medo de move-las, perguntou o que queriam mas a unica coisa que teve como resposta foi o eco da sua voz. Tirou a venda, mas mesmo assim continuava escuro, só com a luz da lua conseguiu perceber onde estava: em um enorme cemitério, sombrio e o silêncio só não era completo por sua respiração ofegante, estava sozinha, sem ninguém. Pensou nas possibilidades de pessoas que talvez tivessem a trazido ali e chegou a uma conclusão : sua conciência
Texto: Emanuela

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